- Mort du président iranien : les réactions dans le monde
- Israël: le faucon Benjamin Netanyahu confronté à l'isolement mondial
- Sang contaminé au Royaume-Uni: des excuses officielles après des décennies de dissimulation
- Jean-Claude Gaudin, enfant de Marseille devenu "monument" politique
- Violents combats à Gaza, Israël et le Hamas dénoncent les mandats d'arrêt réclamés à la CPI
- Le groupe Saudia va passer une commande ferme de 105 avions Airbus
- Sur la route des Jeux: Oliver Zeidler, "du sport de haut niveau" en pensant à l'après
- Dernière ligne droite pour le procès Trump, plaidoiries finales en vue
- La Bourse de Paris revient au contact des 8.200 points
- Rebouger sa main à l'aide d'électrodes: un réel espoir pour des paralytiques
- Le porte-conteneurs du pont de Baltimore renfloué et remorqué
- Euro-2004: à près de 39 ans, Modric sélectionné avec la Croatie
- Russie: début du procès de deux artistes risquant sept ans de prison pour une pièce de théâtre
- Décès de Jean-Claude Gaudin, longtemps maire et incarnation de Marseille
- Wall Street poursuit dans le vert après un record
- Le nouveau président de Taïwan s'engage à défendre la démocratie face à la Chine
- Tour d'Italie: Pogacar écrase le peloton et le peloton applaudit
- République dominicaine: le président Abinader légitime sa politique avec une éclatante victoire dès le 1er tour
- Afrique du Sud: l'ex-président Zuma exclu des élections à 9 jours du vote
- Afrique du Sud: Jacob Zuma, le sulfureux ex-président devenu inéligible
- 80 ans après, la mémoire oubliée des caméramen du Débarquement
- Dernière ligne droite pour le procès Trump, les plaidoiries finales en vue
- Wall Street ouvre en ordre dispersé après un record
- Julian Assange décroche un nouvel appel contre son extradition aux Etats-Unis
- Mandats d'arrêt réclamés par le procureur de la CPI contre Netanyahu et des chefs du Hamas
- Le procureur de la CPI demande des mandats d'arrêts contre Netanyahu et des dirigeants du Hamas
- A Gaza, des habitants "pas concernés" par le décès de Raïssi
- L'Ocean Viking porte secours à 35 Bangladais au large de Malte
- Jeux paralympiques: Paris a "engagé une transition" pour l'inclusion des handicapés, selon la skieuse Marie Bochet
- Afrique du Sud: l'ex-président Zuma inéligible et exclu des élections
- A Londres, une nouvelle audience cruciale pour Julian Assange
- L'ancien maire de Marseille Jean-Claude Gaudin est mort, annonce Macron
- Frappes israéliennes incessantes sur Gaza, Netanyahu sous pression
- Russie: début du procès de deux artistes risquant 7 ans de prison pour une pièce de théâtre
- L1: Strap sur le logo contre l'homophobie: Oudéa-Castera réclame "des sanctions"
- La Bourse de Paris monte de 0,23%, début de semaine peu animé
- Erno Rubik, 50 ans dans l'ombre du célèbre cube
- Au Brésil, des producteurs noirs de café pour une "réparation historique"
- Le Mexique, proclamé vainqueur de la guerre commerciale Etats-Unis/Chine
- Julian Assange suspendu à une nouvelle décision de justice sur son extradition
- Le procès Trump entre dans sa phase finale, son témoignage encore en suspens
- Le Festival de Cannes à mi-course, Audiard en force, Trump arrive
- "Une expérience dingue": un entrepreneur français s'est rendu dans l'espace
- L1: Brest arrache le podium à Lille, Lyon en Ligue Europa, Lorient relégué
- RDC : "tentative de coup d'Etat" déjouée à Kinshasa, selon les autorités
- RDC : "tentative de coup d'Etat" déjouée à Kinshasa, selon l'armée
- "Je ne sais pas de quoi demain sera fait" : les victimes des inondations au Brésil confient leurs craintes
- Le rappeur P. Diddy s'excuse après une vidéo le montrant très violent contre son ex-compagne
- Angleterre: Gvardiol, Ortega et Foden, sacrés "Citizens"
- Rome: deux ans après, Zverev tourne la page de sa grave blessure de Roland-Garros
Indústrias contra as cordas entre ajuste e recessão na Argentina
"Sem consumo começamos a morrer aos poucos", resume Gustavo Ávalos, dono de uma fábrica de tintas industriais em Avellaneda, com as máquinas paradas devido à queda nas vendas na Argentina enquanto os custos não param de aumentar.
A situação deste empresário da periferia sudeste de Buenos Aires se repete no vasto cinturão industrial da cidade, onde a queda de vendas é agravada pelo aumento de 500% nas contas de luz e gás em meio a uma inflação anual de 290%.
A atividade econômica no país caiu por quatro meses consecutivos até fevereiro, segundo os últimos dados oficiais disponíveis.
Assim como a Tintas Opalo, outras pequenas e médias empresas (PME) estão passando por dificuldades diante da desregulamentação econômica e da abertura das importações promovidas pelo governo do presidente ultraliberal Javier Milei.
"Algumas não conseguem pagar salários, outras tampouco alugueis. O panorama é desanimador. Posso aguentar por um ano, depois veremos", disse este empresário, que acredita que ainda não se viu o "pior", considerando que "as pessoas têm poupanças".
Suas vendas caíram 70% em dezembro, queda que foi reduzida para 40% em março.
Os poucos pedidos dispensam o uso das novas embaladoras automáticas que comprou em dezembro e que estão encalhadas na fábrica.
"Elas embalam cerca de 8 mil potes por dia. Mas voltamos a embalar manualmente para não suspender ninguém", diz Ávalos.
Segundo Adrián Mercado, da principal empresa de leilões de mesmo nome, a taxação sobre máquinas industriais aumentou de forma significativa.
"Ganhamos uma dúzia por dia para as PME que se desfazem de maquinário para enfrentar a tempestade. Não há compradores, acabam liquidadas como sucata", contou.
O Indec informou que a queda da atividade foi de 3,2% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2023. A queda atingiu especialmente os setores industriais, sobretudo de manufatura e construção.
Em março, a confederação que reúne os médios empresários, CAME, estimou que o colapso da produção industrial atingiu 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, os principais itens industriais caíram 20% em relação ao trimestre anterior.
"As PME não veem um piso no curto prazo", declarou a CAME. Tampouco as grandes indústrias.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia argentina contrairá 2,8% este ano e recuperará 5% em 2025.
- "Não há dinheiro" -
Em Caseros, na periferia oeste de Buenos Aires, Dulcypas faz biscoitos utilizando metade de uma máquina. Duas linhas de produção de sua fábrica estão paradas.
Os ganhos são sustentados pelas vendas diretas e exportações para o Uruguai.
"Temos uma capacidade ociosa de 50%. Estamos vivendo um ajuste significativo. Há pouco dinheiro, os preços sobem muito e depois há o consumo que é cortado. Mas os biscoitos vendem muito bem porque são baratos; os muffins, mais caros, nem tanto", explicou Fernando Martínez, proprietário da empresa.
Para manter a lucratividade, a companhia precisou demitir funcionários, reduzir salários e os volumes de produção.
Segundo Daniel Rosato, proprietário de uma fábrica de papel e presidente do Sindicato Industrial de Berazategui, periferia sul de Buenos Aires, "não há uma política industrial".
"Os insumos aumentaram em dólares. Em comparação com 2023, perderam-se 600 PME de produção industrial que exportavam", declarou, ressaltando um aumento da informalidade no país, o que gera "menos receitas para o Estado".
Para Alejandro Bartolini, dono da Metalcrom, que produz bombas de petróleo, a saída é melhorar a competitividade para as exportações.
"A única maneira é competir. Não acreditamos em mercados fechados, tampouco que uma abertura indiscriminada possa nos levar ao sucesso porque o trabalho e o capital serão perdidos se o mercado externo não for regulamentado, como acontece até mesmo nos países mais liberais", disse.
"Em nenhuma das medidas Milei se referiu às PME, à produção, ao trabalho; a única coisa que o ouvimos dizer é sobre o ajuste, déficit zero, não há dinheiro", criticou o empresário.
W.Lapointe--BTB