-
Israel aprova outras 19 colônias na Cisjordânia
-
Vítimas e congressistas criticam documentos censurados do caso Epstein
-
Mbappé garante vitória do Real Madrid sobre Sevilla (2-0) e iguala recorde de CR7
-
Arsenal vence Everton e resiste à pressão do City; Liverpool bate Tottenham
-
Dembélé volta a brilhar em goleada do PSG sobre time da 5ª divisão na Copa da França
-
Venezuela diz que Irã ofereceu apoio contra 'terrorismo' dos EUA
-
Juventus vence Roma (2-1) e segue na luta pelo título do Italiano
-
EUA intercepta novo petroleiro na costa da Venezuela
-
Real Sociedad anuncia americano Pellegrino Matarazzo como seu novo técnico
-
Marcus Smart, do Los Angeles Lakers, é multado por insultar árbitros
-
Português Luis Castro é o novo técnico do Levante
-
Leverkusen vence de virada na visita ao Leipzig (3-1) e sobe para 3º na Bundesliga
-
EUA, Catar, Egito e Turquia pedem moderação em Gaza
-
City vence West Ham (3-0) com dois de Haaland e é líder provisório do Inglês; Liverpool bate Spurs
-
Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria
-
Lula e Milei divergem sobre crise da Venezuela em cúpula do Mercosul
-
Zelensky: EUA propôs negociações entre Ucrânia e Rússia para encerrar guerra
-
City vence West Ham (3-0) com dois gols de Haaland e é líder provisório do Inglês
-
Copa Africana de Nações será realizada a cada quatro anos a partir de 2028
-
Blue Origin leva primeira cadeirante ao espaço
-
Hakimi se recupera a tempo para Copa Africana de Nações mas é dúvida para estreia de Marrocos
-
Porto anuncia contratação de Thiago Silva
-
Zelensky diz que EUA propôs negociações entre Ucrânia e Rússia para pôr fim à guerra
-
Chelsea reage e arranca empate (2-2) na visita ao Newcastle
-
Trump escolhe novo chefe do Comando Sul em meio à tensão com a Venezuela
-
Lula pede 'coragem' à UE enquanto Mercosul, impaciente, busca outros parceiros
-
Pelo menos cinco jihadistas do EI morrem em bombardeios de 'represália' dos EUA na Síria
-
Presidentes do Mercosul buscam resposta ao adiamento do acordo pela UE
-
EUA bombardeia mais de 70 alvos em operação contra EI na Síria
-
EUA afirma que não vai impor à Ucrânia acordo sobre fim do conflito com a Rússia
-
'Prazos não são infinitos', adverte Mercosul à UE por acordo de livre comércio
-
Moraes nega prisão domiciliar a Bolsonaro, mas autoriza cirurgia
-
Trump não descarta guerra com Venezuela e Rubio reafirma que bloqueio será aplicado
-
Não haverá paz possível em Gaza a menos que Hamas se desarme, diz Rubio
-
Governo dos EUA começa a publicar documentos do caso Epstein
-
Putin diz que fim da guerra depende da Ucrânia e de seus aliados ocidentais
-
Brest é eliminado da Copa da França por time da quarta divisão
-
Dortmund vence 'Gladbach' no duelo entre Borussias e sobe para vice-liderança do Alemão
-
Cuba denuncia restrições de vistos 'sem precedentes' dos EUA a seus atletas
-
Relação com Venezuela é 'intolerável' e 'nada impedirá' EUA de aplicar bloqueio, diz Rubio
-
Bologna supera Inter nos pênaltis e vai enfrentar o Napoli na final da Supercopa da Itália
-
Governo Trump começa a publicar documentos do caso Epstein
-
Conselho de Segurança da ONU estende por um ano missão de paz na RD do Congo
-
Ferrari espera recuperar grandeza com próxima 'revolução' na Fórmula 1
-
Após muitos adiamentos, governo Trump publicará parte dos arquivos do caso Epstein
-
Desinformação complicou investigação de ataque armado em universidade nos EUA, afirma polícia
-
Recuperado de lesão, Milik volta a ser relacionado pela Juventus após 18 meses
-
Tribunal francês rejeita suspensão do site da Shein
-
Tenista suíço Stan Wawrinka anuncia que irá se aposentar no final de 2026
-
ONU anuncia fim da fome em Gaza, embora situação seja 'crítica'
À espera de Milei, comerciantes remarcam os preços na Argentina
"É incessante, não dá trégua", diz Paola Basso enquanto coloca uma etiqueta por cima da outra nos produtos de sua mercearia na Argentina, onde a vitória do ultraliberal Javier Milei disparou as remarcações de preços que atiçam uma inflação superior aos 140% anuais.
"Os clientes pedem que fracionemos o quilo do açúcar ou compram ovos por unidade. Te faz mal, as pessoas estão necessitadas, é como lhe tirar a dignidade, mas os preços estão uma loucura", conta Basso em seu estabelecimento "Chiche", em Morón, um bairro de casas baixas e classe trabalhadora na periferia oeste de Buenos Aires.
Nas prateleiras, alguns produtos têm até quatro etiquetas sobrepostas que servem de testemunha da inflação vertiginosa.
"São dias horríveis", define Fernado Savore, marido de Basso e vice-presidente da Federação de Mercearias de Buenos Aires. "Ainda que na semana passada tenhamos mudado os preços, descobrimos agora ao reabastecer a mercadoria nos fornecedores que houve aumentos de entre 25% e 30% em média" em relação à sexta antes da eleição, detalhou.
"O preço do macarrão é desconcertante. Aumentaram mais de 50% e também não há reposição de óleo. Os produtos de limpeza subiram 30%", enumerou.
- Fim dos acordos? -
O atual governo do peronista Alberto Fernández, que entregará o poder com uma inflação que beira os 143% anuais, renovou, nesta semana, os acordos de preços com os fabricantes, mas talvez essa seja a última vez.
O presidente eleito Javier Milei, um ultraliberal antissistema que assumirá em 10 de dezembro, opõe-se às regulações de preço pelo Estado.
A expectativa de que não haverá mais esse acordo "estimula as remarcações", explicou à AFP o economista Hernán Letcher, diretor do Centro de Economia Política da Argentina.
"Vamos ver a disparada dos preços de maneira mais marcada no mês que vem, porque o mercado prevê uma desvalorização significativa quando Milei assumir, e se isso ocorrer, haverá novo surto inflacionário", alertou Letcher, sem indicar o impacto que essa situação poderia ter em um país com 40% de pobreza.
Os aumentos dessa semana complicaram uma situação que já era delicada e que já se sente no "Chiche", um negócio familiar instalado em Morón há 65 anos.
"Na Argentina, o dia 15 é fim de mês", resume Savore. "Nos primeiros dias, o cliente paga em dinheiro vivo, depois do dia 15 com cartão de crédito que antes servia para comprar uma televisão ou um calçado e agora se usa para comprar comida", disse.
Mario Amor, um cliente de 70 anos, percorre os corredores e olha os preços com desânimo. "Estou surpreso, porque vejo que aumentaram muito, ainda não decidi onde comprar, estou vendo quem tem os melhores preços, está difícil", afirmou antes de ir embora com as sacolas vazias.
Em frente à outra prateleira, Clara Tedesco, uma costureira de 60 anos, diz-se "horrorizada" ao comprovar que o preço do queijo "subiu mais uma vez nesta semana".
"É cansativo, estudar os preços, ir a um lugar, a outro, comparar, fazer contas e voltar... Fazer as compras é mais difícil que encontrar marido", afirma com bom humor.
- "Mais tristeza que raiva" -
Nos açougues do bairro de Mataderos, as placas de preços estão em branco.
"Já não os escrevemos, porque perdemos muito tempo, temos que mudá-los a cada dois dias", resumiu a encarregada Evelyn García. "Os clientes sabem disso, não ficam com raiva. Há mais tristeza que raiva. Temos que comer igual", disse.
A venda dos cortes de carne mais caros, como o vacío (equivalente à fraldinha no Brasil) e a nalga (correspondente ao coxão mole no Brasil), foi sendo preterido a favor das mais econômicas chuletas de porco e cortes bovinos de qualidade inferior. "As pessoas substituem para que não falte carne no prato. Agora não sei o que farão, tudo aumentou mais de 10% nesta semana", relata Evelyn em seu estabelecimento sem clientes.
No frigorífico "H y H" gerenciado por Renzo Patitucci, a mudança é incessante. Embora venda no atacado, seu forte é o fornecimento aos restaurantes.
"Na semana passada, o vacío estava a 4.000 pesos (quase 11 dólares no câmbio oficial ou R$ 54,80). Agora está a 5.000 (quase 14 dólares ou R$ 68,50)", cerca de 25% mais caro, disse Patitucci.
Em uma feira no bairro de Villa Madero, vizinha a Morón, a vendedora Clarisa Gómez passa o espanador em uma caixa de kiwis em sua banca de frutas e verduras. "Cuido deles como uma joia, os vendo por unidade no valor de 1.000 pesos", quase 3 dólares no câmbio oficial ou R$ 13,70.
A maioria dos preços deu um salto esta semana e já quase todos estão em quatro cifras. "As uvas saem a 6.000 pesos (US$ 16,80 ou R$ 82,20) o quilo, os abacaxis, 3.000 (US$ 8,40 ou R$ 41,10), as bananas, 1.700 (US$ 4,76 ou R$ 23,30) e as maçãs, 1.000 (R$ 2,80 ou R$ 13,70). Quando veem os preços, as pessoas compram duas maçãs, uma banana... Se isso não parar, vou ter que vender por fatias", ironizou.
N.Fournier--BTB