Berliner Tageblatt - Venezuela denuncia ao Conselho de Segurança 'roubo' de petróleo pelos EUA

Venezuela denuncia ao Conselho de Segurança 'roubo' de petróleo pelos EUA
Venezuela denuncia ao Conselho de Segurança 'roubo' de petróleo pelos EUA / foto: © US Attorney General Pam Bondi's X account/AFP

Venezuela denuncia ao Conselho de Segurança 'roubo' de petróleo pelos EUA

A Venezuela denunciou nesta terça-feira (16) ao Conselho de Segurança da ONU o "roubo" de um navio petroleiro pelos Estados Unidos, que o apreenderam como parte de suas operações militares no Caribe.

Tamanho do texto:

Washington afirma que o navio era usado em uma "rede ilegal de envio de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras". A Venezuela chamou a ação de "ato de pirataria naval".

O embaixador venezuelano na ONU apresentou uma carta ao Conselho de Segurança convidando-o a "condenar publicamente esse ato de pirataria promovido por um Estado, o uso ilegítimo da força militar contra um navio privado e o roubo de um carregamento fruto do comércio internacional lícito".

"Apropriaram-se ilegalmente de um carregamento de petróleo venezuelano correspondente a uma operação comercial regular, legítima e ajustada plenamente ao direito internacional", afirma a carta divulgada hoje pela chancelaria, que exige a libertação dos tripulantes "sequestrados" e a "devolução imediata" da carga.

O Conselho de Segurança é o órgão responsável pela paz e segurança internacionais, e tem autoridade para aplicar sanções ou autorizar o uso da força. Os Estados Unidos são um dos seus membros permanentes com poder de veto.

Washington enviou uma flotilha de navios de guerra ao Caribe, e suas aeronaves sobrevoam repetidamente a costa venezuelana. O governo americano afirma que sua intenção é pressionar o presidente Nicolás Maduro, como parte de sua campanha contra o narcotráfico.

As forças americanas também fizeram uma série de ataques a embarcações suspeitas de contrabando de drogas no Caribe e no Pacífico, uma campanha de mais de três meses, que já deixou 95 mortos e aumentou a tensão regional.

O navio apreendido no último dia 10 transportava entre 1 milhão e 2 milhões de barris de petróleo venezuelano, segundo várias fontes. A Venezuela produz 1 milhão de barris de petróleo por dia, mas enfrenta desde 2019 um embargo que a obriga a comercializá-lo no mercado negro com grandes descontos.

B.Shevchenko--BTB