Berliner Tageblatt - Comandante do Exército ucraniano admite avanços da Rússia na frente de batalha

Comandante do Exército ucraniano admite avanços da Rússia na frente de batalha
Comandante do Exército ucraniano admite avanços da Rússia na frente de batalha / foto: © AFP

Comandante do Exército ucraniano admite avanços da Rússia na frente de batalha

O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Oleksandr Syrsky, admitiu neste domingo (28) que a situação "piorou" na frente de batalha e que as tropas russas, em maior número, conseguiram vitórias táticas em diversas áreas.

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O Exército ucraniano, que fracassou em sua grande contraofensiva do ano passado, enfrenta o avanço russo desde a queda, em fevereiro, da cidade de Avdiivka, no leste do país.

A ex-república soviética, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados e tem que administrar o atraso no envio da ajuda ocidental, foi forçada a recuar em vários setores nas últimas semanas.

O exemplo mais recente aconteceu neste domingo: o Ministério da Defesa da Rússia reivindicou a conquista de Novobakhmutivka, uma localidade que fica 10 quilômetros ao norte de Avdiivka, na província de Donetsk.

"A situação no front piorou", escreveu Syrsky em uma publicação no Facebook. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro, de 2022, está "atacando ao longo de toda linha de frente".

"Em alguns setores, o inimigo conseguiu sucesso tático e em algumas áreas as nossas tropas conseguiram melhorar a posição tática", acrescentou.

Syrsky afirmou que o Exército russo "concentrou os esforços em vários setores, estabelecendo uma vantagem significativa em termos de forças e recursos para tentar abrir passagem na linha de frente".

O general relatou "combates violentos" na última semana e descreveu uma situação "dinâmica" com algumas posições capturadas diversas vezes ao dia, pelos dois lados.

- 'Sucessos parciais' -

A província de Kupiansk, no nordeste do país, é um dos setores onde os combates são mais intensos e onde os russos "conseguiram sucessos parciais, embora tenham sido contidos", afirmou o general ucraniano.

Na região de Kramatorsk, leste, as tropas de Moscou tentam tomar a cidade de Chasiv Yar com o objetivo de avançar para uma área que constitui um importante centro ferroviário e logístico.

A situação "mais complicada", no entanto, acontece a 70 quilômetros de distância, na área de Pokrovsk e Kurakhove, cenários de "combates muito violentos", destacou Syrsky.

O comandante admitiu que as tropas de Kiev se retiraram das cidades de Berdytchi, Semenivka e Novomykhailivka. Também disse que a situação é "tensa" no sul do país.

Os avanços russos provocaram críticas de blogueiros militares ucranianos, que geralmente não questionam as Forças Armadas do país.

O diretor de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, Kyrylo Budanov, alertou este mês que a situação na frente de batalha vai piorar até meados de maio e junho.

Kiev, no entanto, espera que a aprovação no Congresso dos Estados Unidos de um novo pacote de ajuda militar de bilhões de dólares permita estabilizar a situação.

O presidente americano Joe Biden prometeu esta semana ao homólogo ucraniano Volodimir Zelensky que a ajuda vai chegar "rapidamente".

O Kremlin, no entanto, minimizou o impacto do novo pacote de ajuda.

Para reforçar o Exército, Zelensky promulgou no início do mês uma lei polêmica de mobilização militar, que pretende facilitar o alistamento de novos recrutas.

Kiev também suspendeu os serviços consulares no exterior para os homens com idades entre 18 e 60 anos. O governo espera que eles retornem ao país para lutar contra as tropas russas.

O.Bulka--BTB