Berliner Tageblatt - Após veto dos EUA, palestinos buscam apoio na Assembleia Geral da ONU

Após veto dos EUA, palestinos buscam apoio na Assembleia Geral da ONU
Após veto dos EUA, palestinos buscam apoio na Assembleia Geral da ONU / foto: © AFP

Após veto dos EUA, palestinos buscam apoio na Assembleia Geral da ONU

Após o veto dos Estados Unidos à sua adesão à ONU, os palestinos podem obter nesta sexta-feira (10), na Assembleia Geral, alguns direitos adicionais na organização, um avanço simbólico que não agradou Israel.

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Em meio à guerra na Faixa de Gaza, os palestinos, que possuem um estatuto de "Estado não membro observador", relançaram no início de abril a sua solicitação de 2011 para se tornar um Estado-membro pleno da ONU.

Para isso, necessitam de uma recomendação positiva do Conselho de Segurança, que foi vetada pelos EUA no dia 18 de abril.

Agora, os palestinos decidiram recorrer à Assembleia Geral, composta pelos 193 países-membros das Nações Unidas, onde segundo vários observadores e diplomatas, deverão obter uma grande maioria.

O projeto de resolução apresentado pelos Emirados Árabes Unidos considera que "o Estado da Palestina se qualifica para aderir às Nações Unidas (...) e deve, portanto, ser admitido como membro" da ONU, instando o Conselho de Segurança a "reexaminar a questão favoravelmente".

Algo improvável dada a posição de Washington, que se opõe a qualquer reconhecimento fora do acordo bilateral entre os palestinos e Israel, cujo governo rejeita a solução de dois Estados.

O texto prevê a concessão imediata de uma série de "direitos e privilégios adicionais" aos palestinos a partir da 79ª sessão da Assembleia, em setembro.

Embora exclua o direito de voto e de ser eleito membro do Conselho de Segurança, o documento contempla a possibilidade de que os palestinos possam submeter diretamente propostas e alterações sem passar por um terceiro país, bem como sentarem-se ao lado dos outros Estados-membros.

"Um edifício é construído tijolo por tijolo. Se alguns pensam que é simbólico, para nós é importante. Avançamos em nosso direito natural e legítimo de ser um Estado-membro pleno da ONU", disse na quinta-feira o embaixador palestino Riyad Mansour à imprensa.

Israel, por sua vez, já se antecipou na condenação desta votação, afirmando que esta seria uma tentativa de "contornar o Conselho de Segurança e violar a Carta da ONU", denunciou o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan.

Os Estados Unidos também manifestaram suas reservas, temendo que esta decisão "crie um precedente", segundo o vice-embaixador americano, Robert Wood.

A primeira versão do texto, consultada pela AFP, era mais ambígua e conferia ao "Estado palestino os direitos e privilégios" na Assembleia, "em nível de igualdade com os Estados-membros".

Contudo, a nova versão "está em conformidade com a Carta. Não toca nos elementos que pertencem aos Estados-membros", disse Samuel Zbogar, embaixador da Eslovênia, atual membro do Conselho de Segurança.

F.Pavlenko--BTB