- Paraguai vence Panamá (1-0) em seu último amistoso antes da Copa América
- Em busca de renascimento, Bélgica estreia na Euro-2024 contra Eslováquia
- Pai da vice-presidente colombiana escapa de atentado a tiros
- Tensão geopolítica fez rearmamento nuclear avançar, aponta instituto
- Grande favorita, França estreia na Euro-2024 contra Áustria falando de política
- Equador vence Honduras no fim (2-1) em seu último amistoso antes da Copa América
- Inglaterra vence Sérvia (1-0) com gol de Bellingham na estreia na Euro-2024
- 'Homem Prada' combina elegância minimalista e espontaneidade
- Bayern de Munique renova com jovem meio-campista Aleksandar Pavlovic
- Fiéis muçulmanos fazem último grande ritual do Hajj na Arábia Saudita
- Exército israelense anuncia pausa humanitária no sul de Gaza
- Jamaica garante que vai à Copa América para "fazer gols" e não a passeio
- Com gol de Eriksen, Dinamarca empata com Eslovênia (1-1) na estreia na Euro-2024
- Murray vai participar em Paris de seus quintos Jogos Olímpicos
- David Ospina assina com o Atlético Nacional da Colombia
- De Minaur vence Korda e conquista ATP 250 de Hertogenbosch
- Polícia neutraliza homem armado com picareta antes de jogo da Euro em Hamburgo
- Holanda vence Polônia de virada (2-1) em sua estreia na Euro-2024
- Exército israelense anuncia pausa diária nas operações em uma região de Gaza
- Cúpula pela paz na Suíça reafirma integridade da Ucrânia, mas pede negociações com a Rússia
- Enquanto Biden arrecada fundos com celebridades, Trump corteja o Michigan
Remessas em dinheiro ou comida? O dilema dos emigrantes diante de uma Cuba em crise
Em 48 horas, María Páez recebe "aliviada" em Havana a comida que seus filhos compraram online para ela em Miami. Forçados pela crise, os cubanos optam por enviar alimentos aos seus familiares em vez das vitais remessas em dinheiro de que a ilha necessita.
"Receber este tipo de produto é um alívio para nós e, em termos de gasto de dinheiro, a economia é substancial", disse à AFP esta mulher formada em Matemática, de 59 anos, que vive com o marido desde que seus dois filhos emigraram para os Estados Unidos.
Cento e vinte ovos, carne moída, presunto, chorizo, croquetes, iogurte... Uma quantia que lhe permitirá chegar ao fim do mês “sem grandes tensões”, afirma.
“É extremamente importante que os ovos cheguem (...), é um café da manhã garantido”, acrescenta com satisfação.
Na ilha, que fechou 2023 com uma inflação de 30% e onde o salário médio é de 4.800 pesos (40 dólares, R$ 205,7), uma caixa de 30 ovos pode custar 3.300 pesos (27,50 dólares, R$ 141,4).
- "Não querem dinheiro" -
Atualmente é possível enviar alimentos e outros produtos essenciais a familiares através de dezenas de plataformas online baseadas principalmente nos Estados Unidos, onde vivem mais de dois milhões de cubanos, mas também no México, Canadá e Espanha.
Katapulk, Supermarket23, Alawao, Tuambia, CBM... Estas lojas digitais proliferam na internet, à medida que crescem os seus mercados potenciais, em meio a um êxodo migratório de cubanos que bateu recordes em 2022 e 2023.
Todos os dias, dezenas de furgões com o logotipo destes mercados virtuais e veículos particulares, alugados por estas empresas, percorrem as ruas da ilha distribuindo embalagens de alimentos, que têm preços exorbitantes em pequenos negócios autorizados pelo governo apenas em 2021, mas são melhor abastecidos do que as lojas estatais.
Os produtos que compõem os envios podem ser adquiridos localmente ou no exterior.
Do outro lado do Estreito da Flórida, os 170 km de mar que separam Cuba da costa dos Estados Unidos, também operam dezenas de agências que enviam remessas de alimentos para a ilha.
Em Hialeah, cidade próxima a Miami com grande população de origem cubana, Luis Manuel Méndez, de 59 anos, explica, diante de uma dessas empresas, que costuma enviar remédios, material escolar e alimentos para dois filhos que deixou na ilha.
“As coisas em Cuba são muito caras”, por isso “é muito mais viável comprar aqui e enviar”, diz Méndez.
Os meus filhos “não querem dinheiro, o que querem é que eu mande para eles (...) itens de primeira necessidade”, acrescenta.
- Remessas em queda -
Cuba, com 11,1 milhões de habitantes, enfrenta uma crise econômica sem precedentes em três décadas, com apagões, escassez de alimentos, medicamentos e combustível, devido aos efeitos da pandemia, à intensificação das sanções de Washington e às fragilidades estruturais da sua economia.
Segundo dados do Havana Consulting Group, uma empresa de consultoria com sede em Miami, as remessas dos Estados Unidos para Cuba atingiram um valor recorde de 3,7 bilhões de dólares (R$ 19 bilhões) em 2019.
É a segunda fonte de divisas para Cuba, atrás apenas da exportação de serviços médicos e acima do turismo.
Tais remessas, no entanto, “caíram de 2 bilhões de dólares (R$ 10,5 bilhões) em 2022 para 1,97 bilhão (R$ 10,1 bilhões) em 2023”, afirma o economista cubano Emilio Morales, que preside a empresa de consultoria.
Y.Bouchard--BTB