Berliner Tageblatt - Ao lado de Biden, presidente do Quênia promete acabar com gangues no Haiti

Ao lado de Biden, presidente do Quênia promete acabar com gangues no Haiti
Ao lado de Biden, presidente do Quênia promete acabar com gangues no Haiti / foto: © AFP

Ao lado de Biden, presidente do Quênia promete acabar com gangues no Haiti

O presidente do Quênia, William Ruto, prometeu que o envio próximo de uma missão de tropas do seu país para o Haiti terá o objetivo de acabar as gangues criminosas que devastam a nação caribenha, a mais pobre das Américas, atolada em uma grave crise política, social e econômica.

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Ao lado do presidente dos EUA, Joe Biden, que ofereceu ajuda financeira e logística para a missão no Haiti, Ruto destacou que a força visa "proteger aquele país e acabar com as gangues e criminosos que têm causado um sofrimento indescritível".

As declarações de Ruto ocorreram no âmbito de uma visita de Estado, nesta quinta-feira (23), a Washington, onde foi recebido com toda pompa e circunstância por Biden, que o considera um aliado privilegiado no continente africano.

Os dois líderes realizaram uma reunião bilateral no Salão Oval que incluiu o tema Haiti.

"Gangues e criminosos não têm entidade. Não têm religião", disse Ruto em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, garantindo que a missão queniana "atuará com firmeza e decisão, dentro dos parâmetros da lei".

Questionado se a missão do Quênia conseguirá derrotar as gangues que mantêm o Haiti à beira da anarquia, Biden respondeu: "Sim".

"Esta é uma crise. Eles são capazes de lidar com ela", acrescentou.

Os Estados Unidos, que têm um longo histórico de intervenções no Haiti e não queriam assumir esse papel diretamente, trabalharam arduamente para encontrar alguém que concordasse em liderar uma missão no país caribenho.

"Nós nos encontramos em uma situação em que queremos contribuir o máximo possível, sem que isso resulte, mais uma vez, nos Estados Unidos tendo que decidir o que deve ser feito", disse Biden.

O Governo do Quênia, país encarregado de liderar uma missão internacional apoiada pela ONU, anunciou no domingo que o envio de tropas começará "nos próximos dias, nas próximas semanas", disse a repórteres Korir Sing'oei, secretário principal do Ministério das Relações Exteriores queniano.

A missão, aprovada em outubro pelo Conselho de Segurança da ONU, foi adiada devido à instabilidade que prevalece no Haiti e a várias ações apresentados à justiça queniana contra a operação.

Além do tema Haiti, o presidente democrata anunciou que pretende nomear o Quênia como o primeiro grande aliado dos Estados Unidos não pertencente à Otan na África Subsaariana.

"Ressaltando a importância da nossa relação estratégica, o presidente Biden anunciou sua intenção de designar o Quênia como um importante aliado não pertencente à Otan", afirmou um comunicado emitido pelos dois líderes.

Esta é uma designação oficial que confere privilégios militares e diplomáticos aos países que têm tal status – atualmente 18 no mundo – mas sem uma garantia formal de segurança. Deste modo, o Quênia se tornaria o primeiro país subsaariano da lista.

Ruto é também o primeiro líder africano desde 2008 a ser honrado com uma visita de Estado – o mais alto nível de importância diplomática – por Washington.

Os Estados Unidos veem o Quênia como um símbolo dos valores da democracia e do dinamismo econômico que pretendem promover no continente africano, como forma de contrapor as ambições de China e Rússia.

O.Bulka--BTB